Introdução à Confissão de Fé Batista de Londres de 1689
A Confissão Batista de 1689 baseia-se nos desenvolvimentos teológicos da igreja primitiva (por exemplo, Credo dos Apóstolos, Credo Niceno, Cristologia Calcedônia, etc.). Nasceu do fogo da perseguição e se origina do movimento da Reforma na Europa.
Após a Reforma Protestante do século XVI, os reformados foram tomando conta da Europa, apesar da perseguição que sofriam da Igreja Católica Romana. Conquanto batistas reformados e pedobatistas reformados tenham muito em comum, eles diferem, por exemplo, na questão do batismo. Essa questão faz parte da Confissão de Fé. Sobre isso, então, há distinção entre as Confissões de Fé de Westminster (CFW) e Batista de Londres de 1689 (CFB de 1689). Essas confissões, tradicionalmente chamadas de símbolos, são de grande benefício para as igrejas e para os cristãos.
A confissão reflete o ensino bíblico e reformado dos batistas particulares da Inglaterra, homens como John Bunyan, Nehemiah Coxe, William Kiffin e Benjamin Keach, que se apoiaram em reformadores como Ulrich Zwingli, João Calvino, Henrich Bullinger, Martin Bucer, William Perkins, William Ames e os puritanos. Os assinantes mais modernos incluíam nomes como John Gill, Andrew Fuller, William Carey e Charles Haddon Spurgeon. Sua teologia reflete a essência das confissões reformadas, incluindo os Cânones de Dort, embora sua eclesiologia e sacramentologia sejam distintamente batistas.
Contexto Histórico
A Confissão de Fé Batista de Londres de 1689 é baseada primariamente em dois grandes documentos: Confissão de Fé de Westminster (CFW) e também na Declaração de Fé de Savoy, e sua Plataforma de Governo de Igreja (DS). A CFW é o produto da Assembleia de Westminster, um corpo de teólogos que foi convocado pelo Parlamento Inglês em 1643.
A DS pode ser considerada como a mãe da CFB de 1689. Ela foi publicada por teólogos congregacionais que se encontraram em Londres, em 1658, em um lugar conhecido como Savoy Palace [Palácio de Savoy]. Foi uma pequena revisão da CFW, na qual foi incorporada algumas ideias importantes que foram omitidas na CFW, e adaptado o seu ensino sobre a igreja para se adequar à visão congregacional, e não presbiteriana, no que diz respeito a vida e prática eclesiásticas. Na maior parte dos casos, a CFB1689 mantém as mudanças que a DS fez na CFW, embora também os batistas prefiram restaurar o texto da CFW cerca de onze vezes.
Podemos observar que a CFB de 1689 foi impressa em 1677. Então, por qual motivo ela é indicada como sendo do ano de 1689? Vejamos. Houve uma Assembleia Geral de igrejas em setembro de 1689, em Londres, organizada pela igreja Broken Wharf, e foi lá, naquela Assembleia Geral de igrejas, que a Confissão foi formalmente adotada. Quando os mensageiros dessas igrejas adotaram a Confissão de Fé publicamente e assinaram seus nomes nela, eles assim fizeram com o propósito de ajudar outros cristãos, especialmente pedobatistas, a entender no que eles acreditavam e praticavam.
Basicamente, eles estavam dizendo: “Nós concordamos amplamente com vocês, exceto no batismo; nós concordamos com vocês na maioria de nossas doutrinas; e persuadimos nossas igrejas e nosso povo a terem uma cópia dessa Confissão para que possam ser bem instruídos acerca do que cremos”.
Veja mais em O Estandarte de Cristo.
A Igreja Reformada em Vila Velha
Mantemos uma visão bíblica e reformada robusta da doutrina de Deus, incluindo o teísmo trinitário clássico (Trindade), a soberania de Deus e a glória de Deus como o fim principal de todas as coisas. Pregamos as Doutrinas da Graça (depravação radical, eleição soberana, redenção particular, chamado eficaz, perseverança dos santos) e sustentamos os Cinco Solas da Reforma (a salvação é somente de acordo com as Escrituras, somente pela graça, somente pela fé, somente mediante a obra de Cristo e somente para a glória de Deus).
Também acreditamos que o evangelho deve ser pregado como uma oferta genuína e universal que chama todas as pessoas ao arrependimento e à fé em Jesus Cristo para a salvação do pecado, da morte e do inferno. Cremos na perpetuidade da lei moral de Deus resumida nos Dez Mandamentos e sustentamos que o evangelho é o único meio de salvação. Nosso entendimento da estrutura histórico-redentiva das Escrituras é pactual, semelhante ao que Nehemiah Coxe estabelece em seu famoso Discourse on the Covenants.
Para conhecer mais sobre teologia pactual veja: Os Distintivos da Teologia Pactual Batista.
Negamos o pelagianismo em todas as suas formas, bem como o arminianismo, embora tenhamos comunhão também com irmãos de linha arminiana.
No culto da igreja, mantemos o princípio regulador, que afirma que todos os elementos do culto devem ser garantidos pela Palavra e, portanto, ter autorização divina para sua legitimação. Portanto, oramos as Escrituras, pregamos as Escrituras, cantamos as Escrituras, observamos os sacramentos de acordo com as Escrituras e temos comunhão em torno das Escrituras. A Palavra de Deus é centro do culto cristão. Procuramos sempre dar preferência à pregação expositiva, a fim de que possamos proclamar “todo o conselho de Deus” e seguir o excelente padrão da igreja antiga (Atos 2:42; 20:27).